A juíza Ludmila Lins Grilo explicou os motivos da decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) que resultou em sua aposentadoria compulsória. Durante uma entrevista ao canal Bradock Show, no YouTube, Ludmila revelou que a Corte se incomodou com três questões: 1) uma palestra da juíza no Itamaraty, em que alertou sobre uma suposta escalada autoritária do Supremo Tribunal Federal; 2) críticas da magistrada à audiência de custódia; e 3) suas discussões nas redes sociais.
A Associação Brasileira de Juristas Conservadores (Abrajuc) emitiu uma nota repudiando a decisão de aposentar Ludmila compulsoriamente. Segundo a associação, essa decisão vai contra a democracia, a liberdade, as instituições e o Estado de Direito. A Abrajuc também pediu o retorno da “normalidade constitucional” e instou as instituições a resgatarem a segurança jurídica e a confiança na Justiça.
Além disso, a juíza Ludmila já havia sido afastada anteriormente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em fevereiro, devido às suas críticas a um inquérito do STF sobre supostas fake news. Na época, Ludmila expressou que não ficou surpresa com a notícia e afirmou que a magistratura está em risco, mencionando que muitas associações parecem estar ao lado do STF e que os juízes não têm mais certeza se suas decisões são baseadas em convicções pessoais ou no medo do CNJ.
A aposentadoria compulsória de Ludmila foi assinada pelo presidente do TJ-MG, José Pereira Filho, com a justificativa de “interesse público”. A magistrada receberá “proventos proporcionais ao tempo de contribuição”, mas os valores não foram divulgados.
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